11/01/2010

"Verdade ou Consequência"






Continuo em Londrina, hoje completam (23) vinte e tres dias e parece que estou longe de Floripa a (10) dez anos. Falar longe de casa soa estranho, pois neste momento sentado no sofá da sala na casa dos meus pais, na casa que sempre foi minha, com meu quarto e minhas coisas espalhadas por aqui, agora parecem estranhas para mim. Não estranhas totalmente, mas em partes sim. A liberdade de se morar sozinho, com as coisas extamante como a gente deseja é completamente diferente. Hoje sou visitante/hóspede da minha própria casa.

Já se foram (4) quatro noites que sonho com a mesma pessoa, quanto mais eu penso em esquecer, mais eu me lembro. Estava a pensar (48) quarenta e oito horas atrás, como meus relacionamentos geralmente terminam em amizade, não lembro de momentos totalmente tráumáticos, nem grandes mágoas (pelo menos para mim). Não digo que tudo foi mil maravilhas, pois a separação sempre causa algum tipo de transtorno, mas a paixão o amor se acabavam e depois restava a amizade. Eu comento isso porque precisaria ser forte para por fim aos meus sentimentos. Sabe quando dói não estar com alguém, ou estar aos poucos e não saber realmente o futuro, e no fim o que resta é o tempo. O tempo que passa lá fora. Mas sei também que este é o mesmo tempo que eu levarei para superar e que no fim tudo sempre se resolve, como sempre.

Minha mãe deixou o almoço no fogo e foi ao médico, ela estára em casa pelos próximos (7) sete dias de atestado, tem alguma coisa na mão dela que pelo jeito as pomadas que esta usando não estão fazendo efeitos. Eu terminei de fazer o almoço e meu pai nem apareceu, nem avisou... Durante este tempo eu alternava no DVD, Vanessa da Mata, Pitty e Luan Santana. Luan Santana ??? Ele supostamente faz muito sucesso pelo que tenho descoberto, acho legal as musicas, antigamente eu esconderia que tenho ouvido sertanejo (Londrina tem esse poder nas pessoas) mas tenho tentado ao menos ser mais verdadeiro comigo mesmo, sem me importar com pré-conceitos dos outros, mas acima de tudo superar os meus próprios, que alías podem ser bem mais cruéis que o dos outros. Estes nos aprisonam em mundos superficiais e nos tornam a pessoa que o mundo deseja. Cansado de repetir as mesmas musicas, cantar os mesmos versos que me fazem lembrar, decidi trocar os show´s e fui assistir (500) day´s of Summer.

Minha mãe foi ao médico, retornou e foi em outro novamente, depois ao chegar foi na vizinha amiga dela, de onde veio consternada porque a Senhora que varria a rua ( Em Londrina são chamadas de Margaridas), havia pedido um copo de agua em uma casa e lhe haviam negado. Minha mãe mostrou nossa casa, falou o numero (224) e pediu que ela fosse lá, que seu filho (eu) iria dar agua para ela. Pensei como alguém pode negar (1) um copo de agua para qualquer pessoa que seja... Como minha mãe voltou antes que ela chegasse, pegou a jarra e o copo e foi lá na rua servir a senhora. Ela tomou (2) dois copos de agua bem cheios.

O filme acabou (5) cinco minutos antes de minha mãe chegar do segundo médico e por pouco não me pegou com lágrimas nos olhos. Incrivel (contem spóilers) como eu me identifiquei com o personagem principal em vários pontos, ele passou o filme inteiro tentando encontrar respostas, entender o tipo de relacionamento que tinham e a garota falando que eles eram amigos, ela queria algo casual, nada sério. Então eu como ele não enchergamos o que o outro quer dizer para nós, ou simplesmente preferimos ignorar e viver na fantasia. O futuro é o que sonhamos e não o que os outros idealizam para nós.

Irá completar em pouco tempo (1000) mil dias que nos conhecemos, ainda sinto meu peito apertar, sempre fui forte e domei as rédeas da minha vida, sempre soube dizer não e esquecer, era tão facil que chegava a me assutar essa facilidade de substituir pessoas, como se substituir pessoas fosse algo bom , e brincar com os sentimentos alheios não me incomodavam. Hoje penso diferente e procuro não brincar nem jogar com ninguém, as vezes não depende de mim, fazer ou não os outros sofrerem, mas sou sincero e sinceridade dói. Sempre soube esquecer e superar, mas desta vez não esta sendo facil para mim. Sei que um dia qualquer eu vou relembrar estes momentos e talvez rir, como já aconteceram tantas outras vezes, mas por enquanto...

Na verdade tenho medo. No filme o garoto encontra nos momentos finais (1) um novo amor. Na minissérie Dalva e Herivelto eles se amaram a vida inteira e sofreram por isso. Me lembro de ser apaixonado por (1825) dias, e que sofri muito durante os altos e baixos neste época. Durante muito tempo encontrá-lo nas baladas da cidade me deixava completamente desnorteado, mas passou. Hoje ele vive perdido em meio ao meu baú de memórias passadas. Eu lembro destas histórias, pois sei como posso passar anos gostando de alguém, como também posso esquecer grandes amores ao primeiro vento sul que soprar mais forte.

No fim eu não sou forte o suficiente para dizer que não quero mais vê-lo, não quero mais encontra-lo, que nossos encontros me fazem feliz, que o céu não é o limite, mas que ao estar longe mergulho em meu inférno particular, cheio de duvidas, pois tenho medo, e prefiro a incerteza de te-lo, do que a realidade do não se concretizando. Estar em Londrina durante este tempo, tem me feito bem por inumeras razões, estar perto de pessoas que amo imensamente, relembrando amigos, se divertindo, ao mesmo tempo que me deixa mais saudoso e melancólico.


Tenho medo da minha sinceridade explícita do que tenho escrito ultimamente. Eu geralmente enfeito, camuflo, romanceio e acabo encobrindo meus sentimentos, para que os outros não cheguem perto demais do verdadeiro Lucas e me encherguem sem disfarces, sem máscaras. Não sei se alguém irá se dispor a ler este texto, se isto me trará alguma consequência, na verdade seria melhor que não o lesse. No fim eu continuo contando minhas percepções de formas subjetivadas, mas cheias de verdade. Escrevo como se ninguém fosse ler, escrevo o particular, escrevo para mim, me ajuda a pensar melhor, colocar as coisas em ordem e principalmente é uma válvula para momentos de angustia. Depois passa, troco de roupa e sigo aproveitando a vida e vivendo intensamente, porque nem tudo é dor e a "arte de vencer se aprende na derrota" (Bolivar). Que os próximos (1000) dias sejam tão intensos como os dias mais felizes de minha vida. No fim tudo se resume entre eu e você, e no espaço deixado "entre" nós existe uma vida inteira de possibilidades.

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